30 junho 2009
Expressões do inconsciente
Tenho comigo a convicção de que o homem manifesta seus símbolos inconscientes em tudo aquilo que produz. A produção artística naturalmente não foge à regra.
Mas como os símbolos são muito pessoais e são inconscientes, só uma observação atenta poderá descobrir nas repetições alguns indícios de significado latente. Mas é arriscado interpretar.
Num livro de José Ângelo Gaiarsa que li há tempos (era uma produção meio artesanal e nem em sebo se acha mais), ele observou, nas pinturas de Dalí, indícios das angústias do pintor. Então previu que, se Gala morresse antes dele, Dalí se fecharia a tudo e a todos até a morte. Foi exatamente o que aconteceu.
29 junho 2009
28 junho 2009
25 junho 2009
Uvi strella
Uvi strella
Che scuitá strella, nê meia strella!
Vucê stá maluco e io ti diró intanto,
Chi p'ra iscuitalas moltas veiz livanto,
I vô dá una spiada na gianella.
I passo as notte acunversando c'o ela.
Inguante che as outra lá d'un canto
Stó mi spiano. I o sol come un briglianto
Nasce. Oglio p'ru ceu: — Cadê strella!?
Direis intó: Ó migno inlustre amigo!
O chi é chi as strellas ti dizia
Quando illas viero acunversá cuntigo?
E io ti diró: - Studi p'ra intendela,
Pois só chi giá studô Astrolomia,
É capaiz di intendê istras strella.
24 junho 2009
O que significa?
Um conhecido meu, ao olhar certa vez para uma tela abstrata que eu havia feito, me perguntou: "O que isso significa?" Como era alguém com quem eu podia fazer brincadeiras, respondi: "Significa que você não entendeu".
A maioria das pessoas está habituada a procurar nas telas o desenho de algo e se confunde diante do abstrato. Inclusive, há excelentes artistas também que sempre se apoiam na reprodução de algo já visto, seja paisagem, objeto, gente, o que for.
Não há nada errado nesse ou naquele modo de ser. Ruim é quando se tenta impingir ao outro a própria receita de arte. No fundo, isso significa um caminho de mão inversa: em vez de ser o artista o responsável pela criação da obra de arte, é a obra de arte (comprimida dentro de conceitos rígidos) que passa a determinar quem é artista.
Essa confusão já esteve muito presente na questão da fotografia, com a velha pergunta se fotografia pode ser obra de arte.
23 junho 2009
Ao ar livre
Prazeroso mesmo foi a feitura desta tela. Ao ar livre, debaixo de um sol fortíssimo, no sítio de minha cunhada Célia Maria. As manchas da tinta acrílica secavam muito rapidamente e ficava fácil fazer as velaturas (camada fina de tinta, deixando transparecer a de baixo). Marquei os campos da tela com durex e, para eliminar traços de pincel, usei jornal amassado como bolas de papel.
22 junho 2009
Fora de aula
19 junho 2009
Fazendo arte
Quando comprei o livro "Faça arte", de Francesc Petit, minha expectativa era de encontrar ali uma visão aberta do que seja arte e que, como pretende o autor, estimulasse as pessoas a produzirem arte. Mas o primeiro parágrafo me deu certa decepção.
Aí vai ele, ipsis litteris: "Toda pessoa interessada em escrever um livro sobre arte imagina que é necessário, em primeiro lugar, vestir a 'máscara' de intelectual, mostrar que é um expert no assunto usando citações idiotas e palavras difíceis".
Mas não seja por isso que vou deixar de ler o livro. A gente sempre tem muito a aprender.
17 junho 2009
"Faça arte"
Estou lendo dois livros, no momento: "Faça arte", de Francesc Petit, e "A ciência de Leonardo da Vinci", de Fritjof Capra. E há alguns esperando na fila. Não sou devorador de livros, como às vezes se tem impressão (não sei por quê).
Jornal, sim, leio todo dia como se cumprisse um ritual matinal. Antigamente, minha atenção era mais voltada para o caderno de cultura. Hoje, eu me dedico mais às páginas de política. Às vezes, parece que faço isso só para me irritar. A sucessão de desmandos no Congresso é de arrepiar e a cada escândalo sucede uma série de providências que visam na prática jogar areia nos olhos da gente.
Depois volto ao "Faça arte", de Petit.
14 junho 2009
Bananere por quê?
O nome do blog, se não sabem, inspira-se em Juó Bananére. Esse era o pseudônimo de Alexandre Marcondes Machado, poeta satírico que se autodenominava Candidato à Gademia Baolista de Letras. Escreveu "La Divina Increnca", editada em 1915. O resto está no Google, certo!
Quanto ao Da Vinci... bem, esse vem do título de um livro de humor que escrevi e não publiquei: "Da Vinci e o Código Bananére".
E aí vai, acima, mais uma pintura de minha nova fase. Bem diferente de tudo o que fiz até agora.
13 junho 2009
Um novo caminho
Pintor autodidata, gosto mesmo é da pintura abstrata. E sou grande admirador da obra de Tomie Ohtake, Manabu Mabe e Kazuo Wakabayashi. Com certeza há muito da cultura oriental em seus trabalhos, mas isso não dá para a gente avaliar.
Acabo de iniciar um curso de pintura contemporânea na Casa do Restaurador. É um novo caminho e estou aprendendo coisas elementares... como a necessidade de limpar o pincel frequentemente, para não "sujar" o trabalho.
Acima, meu primeiro trabalho em sala de aula.
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