16 setembro 2012

Eleições 2012

Pelas pesquisas mais recentes, a probabilidade de Russomanno ir para o segundo turno é muito alta. Shit happens!
Então, suponha que seu candidato, Serra ou Haddad, ficou em terceiro lugar e está fora da disputa. E agora, José? Em quem você vai votar no segundo turno?
Escolha uma das quatro opções abaixo. 
Opção 1. Seu candidato Serra ficou fora da disputa e você vota em Haddad.
Opção 2. Seu candidato Serra ficou fora da disputa e você vota em Russomanno.
Opção 3. Seu candidato Haddad ficou fora da disputa e você vota em Serra.
Opção 4. Seu candidato Haddad ficou fora da disputa e você vota em Russomanno.


Se você escolheu a opção 1, você tem tendência de direita, mas é politizado e bem informado.
Se você escolheu a opção 2, você tem tendência de extrema direita e demoniza os petistas.
Se você escolheu a opção 3, você tem tendência de esquerda, mas é politizado e bem informado.
Se você escolheu a opção 4, você tem tendência de extrema esquerda e demoniza os tucanos.

Existe também a possibilidade de você anular seu voto no segundo turno. Seria lamentável.

17 julho 2012

Olimpíada ou Olimpíadas


Se alguém pesquisar no Google a frase “O termo no plural surgiu para não haver confusão com a Olimpíada dos gregos”, encontrará uma enorme lista de sites que repetem literalmente um texto idêntico, como se cada autor ali estivesse redigindo uma opinião pessoal. Ou seja, copia-se apenas. Não há reflexão original. Mas se a gente for a um dicionário, o Mirador por exemplo, só encontrará a forma singular: olimpíada. Na minha opinião, a cada quatro anos temos uma olimpíada, no singular. Esqueçam os gregos; eles nada têm a ver com a questão e a “argumentação” apresentada me soa vazia.

03 maio 2012

Uma (pequena) decepção


Leitor assíduo que sou das crônicas de Luís Fernando Veríssimo, sempre uma referência na arte de bem escrever, eis que me surpreendo pela forma e conteúdo adotados na crônica “Os resistentes”, publicada nesta quinta-feira no “Estadão”. Tenho a impressão de se tratar de obra de algum ghost writer contratado de última hora para finalizar esse compromisso do autor, envolvido talvez em outros de urgência maior.
Algumas expressões usadas, como “digamos” e “por assim dizer”, parecem não condizer com sua linguagem habitual.
Ao falar de “músicas galopantes”, vem citada a “introdução da Cavalleria Rusticana”. Não vejo nada de galopante nessa música. Não estaria Luís Fernando Veríssimo talvez se referindo ali à abertura de Cavalaria Ligeira, de Franz von Suppé?
Mas o que mais me chamou a atenção foi o emprego do pronome “você”. Já manifestei aqui minha particular ojeriza por esse emprego indiscriminado, na linguagem diária, em que o “você” tanto pode significar “eu”, como “nós”, “todo mundo”, “ele”, “eles”, “alguém” ou até mesmo “você”. Não o havia encontrado ainda em Luís Fernando Veríssimo e, por essa mesma razão, já identificara como apócritos muitos textos atribuídos a ele na internet.
Talvez o autor venha buscando assimilar o linguajar atual. Atualizar-se é muito bom. Mas isso teria que acontecer justamente num texto em que ele mostra, “por assim dizer”, certa repulsa ao celular?
Fico com a hipótese de um ghost writer finalizando rascunho.

18 março 2012

Joãozinho vai à escola


Joãozinho nem dormiu direito. Na véspera, tinha ido mal na prova de conhecimentos gerais. Já previa o castigo: ficar sem televisão e internet.
Mas a nota não havia saído ainda. Ele havia chutado quatro respostas e pode ser que tivesse acertado pelo menos duas. Aí não ia ter problema de mostrar o boletim pra mamãe. 
Nem conseguiu tomar café direito, antes de ir para a escola.
-- Vai deixar o iogurte de morango? -- perguntou a mamãe.
-- Ah, hoje não estou com vontade.
“Alguma coisa aconteceu”, ela pensou. “Joãozinho é louco por iogurte.”

Joãozinho passou pela casa de Waldick, o Dicá, e seguiram juntos para a escola. Todo dia era assim.
-- Tá triste por quê, Joãozinho?
-- Que triste, Dicá? Está tudo bem.
-- Não parece. Brigou com a Nira?
Nira era a Lenira, namorada de Joãozinho.
-- Não põe a Nira no meio.
-- O que foi, então? Você está diferente.
-- Ontem fui mal na prova. Mamãe vai ficar uma fera ao ver minha nota e vai me dar aquele castigo de novo.
-- Chiiiiii!
Seguiram o resto do caminho em silêncio.


Na classe, a professora Arlene repassou as questões da prova. Repassava as questões, dizia a resposta certa e explicava uma por uma.
-- Joãozinho, as cores nacionais são o verde, o amarelo e o azul. Você colocou também o vermelho por quê?
-- ´Sora, vermelho também é!
-- Quem disse isso?
-- Ô, ´sora, isso a gente vê em todo lugar.
Dicá deu um sorriso maroto e falou baixinho, só para provocar:
-- Sem internet e sem televisão, viu?









E você? Daria “errado” para a resposta de Joãozinho?