Nesta quinta-feira
passada, fui a uma escola da Zona Norte de São Paulo e, chegando lá, tive a desagradável surpresa
de verificar que não havia aulas. O motivo da falta de alunos foi o que mais me
surpreendeu: acontecia, na ocasião, uma excursão ao Hopi Hari.
Fala-se tanto em melhorar
a educação no País, as manifestações de rua do ano passado bateram muito nessa
tecla, todos os candidatos das últimas eleições apregoaram grande preocupação
com o tema – e me deparo com quê? Com um passeio ao Hopi Hari em dia de aula.
O que há de contribuição
cultural nisso eu não consigo ver.
O que me intriga, então,
é a pergunta: quem ganha com tal iniciativa?
Os alunos eu diria que
não! Somente foram ao passeio aqueles que puderam pagar a excursão e aos demais
restou a opção de comparecer às aulas. Obviamente, não compareceram. Considerando
que há uma favela nas proximidades da escola e que dela provém grande parte dos
alunos, tem-se de cara uma forte exclusão dos menos favorecidos. Mais
antipedagógico impossível.
Por enquanto, parece-me
que saíram ganhando apenas o Hopi Hari, que vendeu os ingressos, e a empresa de
turismo, que levou a criançada. Ou seja, uma jogada comercial prevaleceu sobre
a educação. Quem mais?
Não sei detalhes de onde
veio o dinheiro para pagar os ônibus, mas isso pouco me importa, nem pesquisei
para saber. Tampouco estou interessado em partidarizar o tema. Apenas acho tudo
isso muito estranho e lamento que num simples episódio como esse a educação
tenha ido mais uma vez para o ralo.
A falta de seriedade vem à tona em episódios como esse.
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