Infelizmente, costuma-se acreditar piamente nas palavras alheias quando elas prometem "daqui para a frente não faço mais isso... ou aquilo". Na maioria das vezes, as pessoas nem sequer observam de fato qual é o caráter alheio e prefere projetar interpretações subjetivas destituídas de objetividade.
Tudo isso me ocorreu ao ler a crônica "Machado de Assis de costas para Sarney", de Ignácio de Loyola Brandão, no "Estadão" de 14 de agosto. Loyola simplesmente se deu ao trabalho de consultar uma antiga lista (de 1977) de 1.046 intelectuais que assinaram um manifesto contra a censura imposta ao Brasil pela ditadura militar, via Armando Falcão.
O nome de Sarney não estava lá -- mas, pela ausência, lá estava a marca indelével de seu caráter. Que, como eu disse acima, costuma não mudar.
Hoje, aquele Sarney está de volta repetindo o gesto ditatorial de apoio à censura à imprensa, desta vez para proteger os desmandos de seu filho.
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